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O encaminhamento ecologicamente correto dos resíduos é requisito fundamental para um sistema de saúde ambientalmente  responsável. Infelizmente no Brasil, parte significativa do lixo hospitalar ainda é destinada aos mesmos locais que o lixo comum, expondo profissionais, comunidade local e meio ambiente à contaminação e disseminação de doenças.

 

As fragilidades do sistema de gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde ficaram ainda mais evidentes em 2020, auge da pandemia do COVID-19. Nesse período, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 30% das instalações de saúde (60% nos países menos desenvolvidos) não estavam equipadas para lidar com a quantidade de resíduos produzidos. 

 

O manejo adequado, tratamento, armazenamento, identificação, transporte e destinação final do lixo hospitalar deve ser estabelecido através do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), documento obrigatório para unidades geradoras desse tipo de resíduos, regulamentado pela Agência de Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). São considerados geradores desse tipo de resíduos: hospitais, postos de saúde, consultórios médicos e odontológicos, clínicas veterinárias, farmácias, estúdios de tatuagem e laboratórios.

 

A consultora ambiental, Gabriela Almeida, explica que o PGRSS é um documento indispensável que deve ser elaborado por um profissional qualificado. “No PGRSS ficam determinados os processos de limpeza, as  ações de correção e prevenção que serão tomadas em caso de problemas ou acidentes, monitoramento e avaliação dessas ações e um programa de capacitação”, destaca.  

 

Ainda de acordo com Gabriela Almeida, o PGRSS não deve ficar restrito às equipes de limpeza, já que para que as ações tragam efetivamente os resultados esperados todos os profissionais devem conhecer o correto manejo e descarte adequado do lixo hospitalar. 

 

O gerenciamento eficiente contribui ainda para a construção de uma sociedade mais sustentável com ações que facilitem a reciclagem e o tratamento dos resíduos e minimizem os impactos ambientais provocados pelo lixo hospitalar. “Além de ser considerado crime ambiental, não há como mensurar os impactos do descarte irregular desse tipo de material. O lixo infectante pode disseminar doenças e contaminar o solo e os rios”, alerta Gabriela Almeida.